sábado, 3 de abril de 2010

Sobre espera e tortura

Meu horário de apresentação havia mudado, agora era às 07:00 horas da manhã.
Tinha uma tal de ficha de atendimento preferencial, uma outra de retorno e enfim a das cirurgias pequenas. Tempo passa, passa tempo e isso não é biscoido da Nestlé, só fui fazer minha ficha lá pelas 09:30. Peço para a recepcionista me ser sincera e dizer que demoraria para ser atendida, mas nem sempre a verdade é satisfatória, e ela me confirma a suspeita. Quando eu pedi pra ser sincera, não quer dizer que eu quisesse ouvir isso e muito menos que demorasse tanto!
Enquanto isso, na sala de espera, mil coisas se passavam e mil casos diferentes se via. Gente, tinha dois caras sem nariz! Tipo, como é que um cara fica sem o nariz, ou melhor dois! É uma coisa que não passa pela minha cabeça! Tudo bem que tem várias explicações científicas que pessoas entendedoras do assunto podem exclarecer, mas pra mim é uma coisa inconcebível! Perdoem-me minha tamanha ignorância neste assunto. Foi uma coisa horripilante ter que ficar vendo aquilo, e como pra mim era novidade eu ficava analisando os casos de longe. Era mais assustador que O Grito com aqueles chinezinhos ou japonezinhos [sei lá] dando susto toda hora no filme [e confesso que a imagem das aparições deles no filme ficaram gravadas na minha memória e me custou algumas noites de sono]. Só de imaginar no caso mais grave, aqueles pêlinhos do nariz saltando pra fora pra quem quisesse ver, e o cara agindo com a maior naturalidade e o pessoal que estava com ele também achando tudo normal, que não estava faltando nada.
Daí, depois de algum tempo esperando, o médico nem tinha chegado ainda, resolvi ir na casa de uma amiga que mora alí perto, comer um bolinho, pôr o papo em dia pra ver se a expectativa passava um pouco.Falamos sobre pessoas, tatuagens inclusive sobre a minha que pretendo fazer essa semana [breve fotos].
Volto para o hospital na esperança que o médico tenha retornado e para a minha alegria ele já estava atendendo, e para meu êxtase de felicidade, os mais velhos tinham prioridade. E adivinhem, heim heim heim? Eu era a única novinha da sala. De nada adiantou acordar cedo, meu pai pertubando pra chegar no horário pra ser logo atendida, porque eu seria a última da lista. E realmente fui.Só fui ser atendida lá pelas 14:00 horas. Entro na sala, tem uma enfermeira novinha me esperando. Enquanto estou me preparando para a sessão tortura entram duas meninas novinhas na sala e se apresentam:
- Oi, tudo bom? Sou Fulana de Tal e esta é Ciclama.
- Oi! Tudo! Vocês são estudantes da UESC? Vão acompanhar a cirurgia? Cadê drº Beltrano?
- Não, nós somos médicas e vamos fazer sua cirurgia. Ele teve uma emergência.
O que é mais emergente do que tirar esses excessos de mim? Eu já tava pensando em pedir pra ele aproveitar a anestesia e fazer uma plástica na minha barriga e meus culotes pra ver se fico mais bonitinha. Já que é pra tirar o excesso que tire logo de uma só vez!Gente, que fora que eu dei! Elas tinham se formado há pouco tempo [uns 5 anos] e como não as conhecia, lancei tal gafe.
Deitei na mesa de cirurgia, um frio na barriga e pra completar o ar condicionado estava em cima de mim com as 'paletinhas' em movimento que, toda vez que passava por mim aquele ar frio eu tremia que nem vara verde [o que na verdade era mais medo do que frio]. Reclamei daquela situação até que me colocaram um lençol pra me proteger.
Na hora de partir para o braço, tinha que ficar descoberta e eu reclamei até que desligaram o ar. Imagine aí, a médica me cortando e eu dando toda hora tremiliques! Ia virar uma carnificina!
A cirurgia demorou uma hora de pura tortura, e eu confesso que tinha horas que sentia algumas pontadas, um incômodo. O que demorou mais foi a da face, que, segundo elas, estava fixada e por conta disso, agrediu um pouco a pele e que provavelmente ficarei com um hematoma de brinde.
Olhando pelo lado bom, meu feriado começou um dia antes e olhando pelo lado ruim, eu não vou poder ir pra EVA ou qualquer farra que eu me empolgue demais e fale demasiadamente.

É isso.

Namasté.
=*

P.s.: Fui fazer comprinhas no shopping e peguei coisas que fazia tempo que não adquiria: gibis, livros e um filme para minha coleção! \o/ Que papo de Paty, 'comprinhas no shopping' Blé!

2 comentários:

Desabafando disse...

Fiquei assustada lendo seu relato. Vc operou do que afinal? Está tudo bem? Bom, acho que sim né? se vc escreveu tudo isso..rsrsrs..que pergunta a minha!

Tenha uma ótima Páscoa! Eu morro de medo de precisar fazer qualquer tipo de cirurgia!

Icaro Messias disse...

tirou o charme todoo :S